A cultura serve para ministro, secretário de estado, directores-gerais, administradores da burocracia rentável, professores faculdadescos que distribuem por estruturas o sofrimento alheio. Pode até servir para dona de casa. Mas aos seus efectivos produtores bastarão os fármacos, o álcool, os narcóticos, o exílio, a cada vez mais extrema e final solidão se não tiverem sabido ou podido, prévia e previdentemente, sujeitar-se aos funcionalismos, às famílias. ao seguro de vida. E, pior ainda do que pensar que se trata apenas de um caso do sub-desenvolvimento colectivo, começo a acreditar que será quase sempre assim.
Joaquim Manuel Magalhães, Joaquim Manuel MAgalhães, Ed. Presença, Lisboa, 1989 (pg. 70)
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